O barulho do sol, ao se pôr no Pacífico....



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Viver é a oportunidade de ver

Há dias quero escrever sobre Bhumika, mas me faltava coragem. Bhumika, the role, ou o papel/a personagem.

Lindo filme indiano de 1977. A passagem do tempo e a parmancencia das imagens confirmam a fala da paralítica esposa de um maganta à sua amante - "As camas mudam, as cozinhas são diferentes, a face dos homens são outras, mas os homens nunca mudam." Compreendido homens como humanindade, triste choro ao fim do filme. Realmente 33 anos se pasasram e quase nada mudou. Mesmo no nosso distante mundo cristão ocidental.

Smita Patil está divina no papel principal. Infelizmente, a atriz faleceu jovem, devido a duvidosas complicações no parto. Feminista ativa na vida real, ela vive uma jovem que é constantemente traida pela sociedade, extremamente patriarcal e classisita, que a impede de se ser simplesmente o quem ela é. E, principalmente, a impede de ser livre.

Quando ela quer trabalhar não querem deixar. Quando ela quer parar de trabalhar o marido a obriga pra sustentar a familia. O marido por ciumes a impede de trabalhar com um ator galã e depois, por ganância, a obriga a atuar com ele. O ponto extremo de contradição é quando Usha (Patil) é obrigada a tirar o segundo filho, que ela tanto queria.

Ela tenta em vão se separar do marido, apenas para descobrir que o enclausuramento está moldado em toda a sociedade, da qual ela não consegue fugir.

Ao fim, a filha lhe convida para morar com ela e o novo marido/genro. Usha educadamente agradece com as melancolicas palavras:

I have com to terms with my own loneliness.... Já me conformei com a minha solidão.

Uma pálida luz entra pela janela, contornando o rosto moreno. Uma brisa gélida faz ruflar as cortinas, o sari, o coração.

Já me conformei com a inevitabilidade da minha solidão.

FESTIVAIS DE FILMES NO LINCOLN CENTER

Um comentário:

  1. é, amor.

    vi o filme estes dias. realmente é muito lindo e triste.

    na minha versao as legendas dizem:

    "I'd myself have to face my solitude"

    e o final do filme é perfeito com o telefonema do Rajan. O seu "hello" repetido, o silencio dela e do quarto, da contra-luz.

    Ninguém a escutava.

    Um beijo doce, de amor.

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