O barulho do sol, ao se pôr no Pacífico....



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um filme para arquitetos, urbanistas, solitários, amantes de cachorros, apaixonados....

Medianeras: Filme que você não pode perder!

Artigo original no http://imovision.blogspot.com/

"Medianeras estreou há quatro semanas e muitas pessoas encantadas o indicam como um dos filmes que não se pode perder esse ano.

Medianeras , filme que aborda o paradoxo da vida online, conectada a tudo o tempo todo, que ao mesmo tempo nos afasta dos relacionamentos na vida "real", é também sucesso de crítica 2011, e muito se deve aos atores que ajudam a constituir tão bem a apatia que parece tomar conta de toda essa geração que tudo faz via internet.
Javier Drolas interpreta Martin, que começa o filme fazendo uma incrível reflexão sobre a arquitetura de Buenos Aires, que serve para qualquer grande metrópole: Fala sobre os cubículos em que vivemos nas cidades, na falta de padrão arquitetônico, onde uma igreja barroca fica ao lado de uma construção futurista, e os prédios ficam cada vez mais altos e com mais apartamentos que mais parecem caixas de sapato.
Além das irônicas situações que Gustavo Taretto coloca Martin (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala), Medianeras usa e abusa de referências nerds e pops como "Star Wars", "Astroboy", e principalmente "Onde Está Wally?" livro que serve como inspiração para o pôster de Medianeras e como terapia para Mariana que a certa altura se questiona: Se até no livro, mesmo sabendo quem está procurando, nunca consegue encontrar o "Wally" na cidade, imagina encontrar alguém na cidade de verdade, sem nem saber quem está procurando.
Tudo isso junto a uma trilha sonora incrível. As músicas do filme Medianeras vão da esperançosa "True Love Will Find You In The End", de Daniel Jonhston até "Ain't no Mountain High Enough" de Marvin Gaye.

Por esses e outros motivos Medianeras é um dos filmes que não se pode perder nos cinemas. Sucesso de crítica 2011, e estrelado pelo ótimo Javier Drolas, Gustavo Taretto conseguiu incorporar referências, angústias, e comportamentos derivados da modernização de nossas vidas e consequentemente relações e transformou em um filme com um humor inteligente, tragicômico, que provavelmente em algum aspecto se encaixa com o estilo de vida de cada um dos que o assiste."
 

Restless ou Inquietos

Este ensaio é um spoiler. Falo de coisas que entendi com cinco minutos de filme e que ele revela explicitamente três minutos depois. Mas se oito minutos de surpresa são essenciais para você, não vá adiante. Alias, acho que não tem uma sinopse ou trailer que não o diga. A não ser q você é daqueles como eu, que entra na sessão ao acaso... mas se fosse, não estaria aqui, agora.... Enfim!

Existem vários filmes que falam de amor e perda em situação de doenças terminais – doce novembro, outono em nova York, minha vida sem mim... Mas esse tem outra coisa, uma leveza, uma ingenuidade, talvez, que o faça mais profundo, nas pequenas coisas.

Trata-se de dois processos de lutos diferentes. Uma perda inesperada, sem tempo para despedir-se e outra perda iminente, na qual toda a relação é uma despedida. E a dificuldade de conciliar-se com ambas.

Fiquei me perguntando quem é essa menina, o filme todo... é a Alice, claro! Ela faz um trabalho super delicado, uma naturalista darwiniana que encontra conforto na consciência da infinitude e continuidade da existência... existência de que não se sabe exatamente, e não importa.

Ele, Henry Hopper, é novo para nós na telona. Mas faz um par perfeito com a Mia. A ele cabe viver com todos esses lutos. Este viver que às vezes parece mais castigo do que benção.  Cria amigos fantasmas e surtos de agressividade, longes da sua usual quietude.

Ah! Será que vale lembrar que o film é do Gus Van Sant, o mesmo diretor de Milk e Good Will Hunting?

Portanto, quem gosta da beleza nas pequenas coisas, assista. Não há clímax apoteótico nem discursos melodramáticos. Talvez, um inaudível canto de pássaros.