Direção: Bong Joon-Ho
Roteiro: Chul-hyun Baek, Joon-ho Bong, Won-jun Ha
Elenco: Song Kang-Ho, Byeon Hee-Bong, Bae Du-Na, Park Hae-II, Ko Ah-Seung, Lee Jae-Eung
Bem, vocês já viram que eu coloquei o gênero em aspas. Isso porque o Hospedeiro poderia se encontra em aventura, em comédia, drama...
O que mais me chamou atenção foi a capacidade de filmar com uma estética de suspense e aventura, sem perder o tom de sarcasmo. Rir é inevitável. Mas lembrem, às vezes o que parece exagerado é simplesmente outro ponto de vista cultural.
Vi um comentário on-line que dizia "Esqueçe o monstro, leia as entrelinhas". Besteira. Aqueles de nós que gostamos das metáforas e dos contextos socio-políticos dos filmes, veremos com clareza as críticas por detrás do monstro, por maior que ele seja. E quem só quer se divertir, vai se divertir, por maior que sejam as linhas.
Reproduzo abaixo trechos de uma resenha que faz o dever de casa. Quem prefere não saber nenhum detalhe, só não ler!
Sei que em Brasília é meio difícil de encontrar esse tipo de filme, mas é só pedir uma ou duas vezes nas locadoras, que elas acabam comprando. Acho que tem na Cultura.
Boa pipoca!!!

A trama começa com dois cientistas em um laboratório de uma base militar dos Estados Unidos na Coréia do Sul. Um deles, o norte-americano, ordena ao seu subalterno que despeje uma substância tóxica que irá escoar até o rio Han. Obviamente, o tal líquido irá gerar um mutante, um poderoso monstro que irá aterrorizar as pessoas que usam o rio como local de diversão. Com esse início, fica a impressão de mais uma produção repetitiva com os mesmos temas e situações. Que nada! Ao longo do filme, Joon-ho revitaliza o gênero. Ele cria elementos de curiosidade e suspense, que prendem o espectador em sua narrativa.
(...)
O Hospedeiro é um filme de monstro. (...) Apesar de não ter participado da computação gráfica, Peter Jackson deve ter ficado orgulhoso (sua empresa Weta Workshop - a mesma de O Senhor dos Anéis - cuidou do modelo da criatura). Uma produção marcada por um humor irônico, que surge nas situações mais estapafúrdias possíveis. Um humor satírico, quase absurdo. O interessante é que o tom de comédia não desvia a sua atenção. Ele é inserido para relaxar o público nos momentos mais tensos.
Ao mesmo tempo, é também uma aventura dramática embasada com um forte comentário sociopolítico. Bong Joon-ho, junto com os co-roteiristas Baek Cheol-Hyeon e Hah Joon-Won, aproveitou um incidente real que aconteceu em 2000 na Coréia do Sul para construir sua história. E o tema aqui não são só os perigos da poluição, mas a desconfiança em relação ao governo e suas costumeiras mentiras em situações como estas. E nessa crítica, nem os Estados Unidos escapam.
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