Eu mantive o título, apenas como lembrança da eteredade das coisas. Eteredade mesmo, do adjetivo etéreo.
Uma rodada de cartas, dois debates acalorados, um jantar e meio filme depois, o prelúdio do texto que estava aqui antes deixou de fazer sentido. Apaguei tudo.
A intenção original era um olhar sobre a posse da primeira Mulher Presidente do Brasil (Tudo com letra maiúscula).
Depois, pensei em escrever que, colocando as coisas em perspectiva histórica - não só do país, mas da humanidade - muitas vezes as análises atuais e especulações sobre o futuro se mostram falsas e calcadas tão somente na expectativa de cada um de dever ser. Que um fato pontual dificilmente leva à transformações efetivas, a não ser que tenha a capacidade de desencadear uma série de ações que confluam para o aprofundamento da mudança (pense no Obama). Ou seja, ainda que haja ondas, pode ser que o fundo do mar continue igual por muito tempo.
Fiquei com medo das palavras serem interpretadas como um desmerecimento do acontecimento de hoje. Desisti de novo do texto.
Veio-me então a vontade de versos quebrados que, sem terem a pretensão do debate, pudessem traduzir a confusão localizada em algum lugar entre a cabeça e o coração. Confusão entre o que se pensa e o que se faz. Mas hoje não logrei bons diálogos com o lírico.
Deixei essa ideia permanecer uma ideia.
Com uma quase obrigação temática, milhares de frases, discursos e divagações nasceram e morreram antes mesmo de alcançar a ponta dos dedos, o sopro dos lábios.
Enfim, percebi que mesmo quando você desiste de dizer, está-se dizendo algo.
O significado da ausência.
Inté amanhã.
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