O barulho do sol, ao se pôr no Pacífico....



domingo, 28 de novembro de 2010

De luto.

Fez sol.

Almocei comida indiana.

Entrei por acaso em um pub de rock.

Tomei cranberry vodka.

Comprei coisas indizíveis no supermercado.

Vinho Francês.

Nada me consola. Perdi meu brinco vintage, ganhei algumas convicções e cometi alguns erros. Pretéritos futuros.

...

sábado, 27 de novembro de 2010

Voltei pra Ilha

Agora estou em Little Italy, nesse meu pequeno tour moradístico pela cidade.

Gostei muito do Brooklyn, hoje mesmo descobri uma loja de comics muito boa, uma loja só de tabuleiros de xadrez com um set gigantesco na porta, uma casa de queijos maravilhosa na rua de baixo. Depois posto os endereços.

Fiquei até um pouco triste de sair do continente. De manhã pendurei o café porque esqueci o dinheiro, já comprimentava as velinhas caminhando no parque e a moça da feira lembra o que comprei da vez passada. Quase em casa.

Nesse novo apê circundado de trattorias, uma rua abaixo estou na china, 3 ruas pro lado estou no Japão, algumas quadras pro outro estou de volta aos restaurantes Thai do east side. Juro que em algum lugar deve ter um americano....

Enfim, um novo mundo a ser descoberto.

Foto da minha rua, já decorada pro Natal

Coisas que só acontecem em NY - Polícia e Rendas!

Black Friday. Sexta-feira Negra. Um nome tanto quanto premonioso, que simplesmente significa no mundo capitalista americano, liquidação pós-Thankgiving.

Caminhava a Daniela tranquilamente em direção ao Metrô, eis que ouviu um chamado doce - Victoria's Secrets... Victoria's Secrets. Obviamente foi fisgada pelo canto da sereia e ficou perdida no tempo em rendas e perfumes.

Retomou o caminho para o WTC, ou melhor, o que restou dele. Desceu as escadas e, na entrada do metrô, uma barricada de policias checando todas as mochilas, sacolas e bolsas grandes.

- "Com lincença senhorita, vamos ter que verificar sua mochila".
- "Claro, por favor"

Garanto que foi uma das cenas mais hilárias, para não dizer ridículas, que a polícia de Nova Iorque já encenou.
Pior do que isso, só a mulher que processou a Victorias Secrets porque uma calcinha fio dental machucou o olho dela. Clique aqui e confira.

http://punjapit.wordpress.com/2010/10/12/police-auction-off-their-used-panties-to-raise-cash/

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Viver é a oportunidade de ver

Há dias quero escrever sobre Bhumika, mas me faltava coragem. Bhumika, the role, ou o papel/a personagem.

Lindo filme indiano de 1977. A passagem do tempo e a parmancencia das imagens confirmam a fala da paralítica esposa de um maganta à sua amante - "As camas mudam, as cozinhas são diferentes, a face dos homens são outras, mas os homens nunca mudam." Compreendido homens como humanindade, triste choro ao fim do filme. Realmente 33 anos se pasasram e quase nada mudou. Mesmo no nosso distante mundo cristão ocidental.

Smita Patil está divina no papel principal. Infelizmente, a atriz faleceu jovem, devido a duvidosas complicações no parto. Feminista ativa na vida real, ela vive uma jovem que é constantemente traida pela sociedade, extremamente patriarcal e classisita, que a impede de se ser simplesmente o quem ela é. E, principalmente, a impede de ser livre.

Quando ela quer trabalhar não querem deixar. Quando ela quer parar de trabalhar o marido a obriga pra sustentar a familia. O marido por ciumes a impede de trabalhar com um ator galã e depois, por ganância, a obriga a atuar com ele. O ponto extremo de contradição é quando Usha (Patil) é obrigada a tirar o segundo filho, que ela tanto queria.

Ela tenta em vão se separar do marido, apenas para descobrir que o enclausuramento está moldado em toda a sociedade, da qual ela não consegue fugir.

Ao fim, a filha lhe convida para morar com ela e o novo marido/genro. Usha educadamente agradece com as melancolicas palavras:

I have com to terms with my own loneliness.... Já me conformei com a minha solidão.

Uma pálida luz entra pela janela, contornando o rosto moreno. Uma brisa gélida faz ruflar as cortinas, o sari, o coração.

Já me conformei com a inevitabilidade da minha solidão.

FESTIVAIS DE FILMES NO LINCOLN CENTER

Para Luiza

Escrevo só porque alguém me pediu pra não parar.

Descobri que quando não tenho a obrigação de fazer algo, minha tendência é fazer absolutamente nada.

A não ser que pensar seja considerado algo.

Ontem finalmente fui ao Metropolitan Museum of Art. Sem querer parecer blasé, mas inevitavelmente sendo, quem já foi aos museus de Paris e Londres, não se surpreende muito. O que mais gostei foi a arquitetura do Museu em si, como estão estruturadas as exposições e os “arquivos abertos”.  Sentar à beira d’água no templo egípcio e ver as arvores perderem suas folhas através do vidro.

As lojas dos museus em geral têm coisas incríveis, quem tiver um dinheirinho sobrando, vale a pena olhar. De réplicas, a objetos do dia-a-dia decorados com as estampas dos artistas.

O Museu fechou (cedo, 17:30) e pensei em pegar uma sessão de cine no Lincoln Center. O que significa atravessar o Central Park no escuro. O sol se põe logo após as 16h, o que dá uma leve sensação de que não há mais dia, ainda que tudo permaneça aberto mais 8, 10 horas...

De toda forma, tinha bastante gente fazendo a mesma coisa e ainda que não exatamente na direção que queria, fui seguindo o caminho da maioria, para não ficar sozinha. Tem gente que diz que não tem perigo, tem gente que diz que sim... Arriscar pra quê, certo?  

Estava morrendo de fome e pensando em comer... Surpreendentemente os restaurantes ao redor do parque não são tão caros assim.  Dá pra experimentar, vez ou outra. Sentei em um, olhei o cardápio, mas não me comoveu. Não era o que eu queria.


Aliás, coisa que tenho me perguntado muito, o que quero? Quando alguém se coloca esta questão antes de fazer qualquer coisa, das mais simples às mais definitivas, a visão sobre a vida, sobre as expectativas, muda significativamente.


Levantei da mesa, pensando em voltar para casa. Eis que, na esquina, encontrei o Alice’s Tea Cup. Lugar que queria ir desde antes de viajar. Obviamente entrei, sentei, li, tomei chá, sopa, Milk and Cookies Cake e fui muito feliz.


Para quem é amante de chá ou doces, a real treat. Dormi com um leve peso na consciência e outro leve sorriso no rosto.

PS AS COISAS EM NEGRITO TEM LINK PARA OS SITES OFICIAIS, COM ENDEREÇO, ETC.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Coisas que só acontecem em NY, parte 2, 3, 4 etc......

  • Requentar o café de ontem no microondas, dentro do mesmo copo de papel;
  • Sair do seu prédio e ver a NYPD ligar a sirene, parar o carro da frente e pedir os documentos;
  • Ver um mendigo dormir no banco do parque no sol de outono (há sim, uma beleza na pobreza, mas passada a primeira vista, só pode ser muito muito triste.);
  • sentar numa mini pizzaria italiana no Brooklyn, tomando vinho francês, ouvindo musica cubana, falando com sua irmã em porto alegre sobre homens brasilienses; 
  • Ver um senhorzinho judeu ortodoxo, com traje, chapéu  e barba branca fazendo jogging de manhã, com um Ray-ban enooorme;
  • Se perguntar se hoje vai à Tiffany`s ou ao Metropolitan Museum of Art ou os dois...
Beijos de dúvida.

domingo, 21 de novembro de 2010

Traduções, explicações e links ou Sobre parques e bairros

Ontem, depois de uma passada áerea sobre chinatown e little Italy, fui para o loft onde seria o fundraiser do Lone Wolf Tribe (fundraiser = jantar beneficiente de thanksgiving).

Como me explicou um russo em Bryant Park (têm que ir nesse parque, qualquer época do ano!): DUMBO = Down Under Manhattan Bridge Overpass.

Enormes prédios de tijolos (sempre), onde estavam instaladas indústrias hoje se fazem morada e ateliê de muitos artistas.

Foi lá que ajudei a limpar, decorar e cozinhar para a festinha (em breve, fotos do evento). A festa foi uma delícia, quase um sarau. Com violista incrível, banda com vocalista japonesa e até tocador de banjo. Claro, o grupo fez  um pocket show também.

Foi a primeira (e espero que última) vez que saí da linha aqui em NY. Comi shuffing muffins, mash potatoes (eu que fiz), gravy (tb!), cranberry-apple sauce, peru, farofa de ervilha fresca e cebola grelhada, cookies e folheado de maçã. Para quem não conhece, uma tradicional ceia de Dia de Ação de Graças. 

Deus que me perdoe, mas até repeti! E contrariando todas as expectativas, deixei de lado a sangria (vinho temperado com frutas e brandy), apple cider com rum e cerveja tipo "ale" feita pelo dono do loft.

Hoje acordei, corri para o teatro para ver O casamento de Maria Braun  no BAM (dá vontade de morar aqui só para ver a programação desse teatro o ano inteiro. A temporada do ano que vem, invejável.) e voltei ao Dumbo para ajudar trazer os bonecos.

A peça foi um capítulo à parte, que provavelmente entrará na lista das coisas sentidas e indescritas.

Beijos verdes.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Para Cris

O Fabinho me ligou, vamos pedalar? Claro, afinal, sou uma mulher de fibra....

Mal sabia eu que iria do Queens, sobre a Queensboro Bridge, por cima do Roosevelt Island, para Manhattan, até o Central Park. Ufa!

Mas valeu a pena. Além da paisagem, o merecido descanço ao sol, a recompensa da comida italiana depois de todo o exercício, mais valeu a companhia.

É reconfortante saber que ainda existe gente disposta a verdadeiramente discutir o mundo. Ainda que não haja otimismo de uma solução.

Hoje vou deitar, dormir e certamente sonhar. A recompensa dos que se esforçam. Muito.


O espaço para o encontro na contradição

Uma convulsiva vontade de chorar.

Sentada em um bistrô à lá française, banhada pelo sol emoldurado na janela, em mãos um café au lait. Prato vazio de endivias, nozes, roquefort, maças verdes e finas fatias de filé marinado. E uma convulsiva vontade de chorar. 

Especulo com os meus botões, que seja de satisfação.

À frente, uma parede de tijolos pintada com memórias dos anos 50. Me sinto no lugar certo. Com o café certo. Lendo a peça de teatro correta. Tudo em seu lugar e eu tão longe... de que lugar?

Eu amo café au lait servido à francesa. Me lembra Berlim. Minha primeira tarde boêmia. Livros, xadrez, cafés, jazz, meias conversas, silêncios compartilhados. Uma lembrança pertubadoramente carinhosa, de que a vida pode ser simples no meio do furacão.

Quem me vê aqui sentada nada enxerga além de uma cena cotidiana. Uma menina. A cor do outono. Uma água. Uma caneta. 

Mal podem advinhar os meses de trabalho que me trouxeram até aqui. As mãos dos amigos que me guiaram até aqui. A certeza da decisão. A dificuldade da mudança, que se fez estrada. O amor perene da família. Minha família.

Mil outros caminhos poderiam ter me trazido à beira do jardim, entre murmúrios e clientes de todos os países e de um só. Trazido até mais cedo talvez. Mas tenho convicção que somente este me presentearia com essa mistura de água e sal.

Choro enquanto escrevo essas palavras.

Feliz.

19.11.2010
Le Gamin Cafe
556 Vanderbilt Ave
Brooklyn

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Autumn Wind

Música sugerida para leitura - click aqui: Autumn in New York - Billie Holiday


Saio para correr com o vento. Ele hoje está brincando de saci. Contorce as folhas de mil cores do chão, faz uma sinfonia no ar e some. Depois volta correndo por outro lado, te pega de surpresa, o que te faz apressar o passo. O sol sorri de cima, com sua divertida paciencia contemplativa.

O vento de fim de outono carrega tudo consigo, deixando as árvores despidas. Engraçado como elas se desnudam para a época mais fria do ano. Elas devem esquecer o que jaz fora, voltarem às suas raizes,  pensando consigo mesmas até que cante a primavera. Um dor doce, isso de pensar consigo mesma.

Em casa, ducha quente. Roupa. Brunch. Museu e depois um happy hour com amigo de brasília, há anos perdido na ilha. Nos escrevemos na volta, talvez do supermercado.

Pet life

Agora eu tenho três gatos e um cachorro. Um preto, um branco e ourto preto e branco.

O cachorro se chama Bus.

Good Moooooooooooooorning New York!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mudança

Amanhã estou de mudança para o brooklyn, ficar na casa da Glória. Produtora e props manager do Lone Wolf Tribe, que conheci no Cena passado (Brigado Guila!).

Sair da ilha, ir para a terra.

Confesso que ainda não fui em nenhum museu. O que deve ser um grande choque para muitos. Mas pensar tem ocupado grande parte do meu tempo. O acaso tem trazido o mesmo tema reiterada vezes, na forma de filmes, de óperas, concertos e minha própria confusão mental. Afinal, a vida é o que passamos dentro. O mundo é apenas uma ilusão construida pelos nossos desejos, expectativas e frustrações.

Enfim, há dias que quero escrever uma resenha dos filmes. Mas tenho sincero medo que a mediocridade da análise não dê conta da enormidade da percepção e sensações que têm me nutrido.

Esperemos por dias de mais coragem.

Amanhã, uma jornada burocrática.

Beijos de deitar, dormir e talvez sonhar.

PS - Vi sim, Verdi. A produção esteve linda, ainda que eu achasse que faltou emoção à solista. A eterna expectativa de que a Carmem se rasgue no palco.


Cinza

O dia acordou cinza, como há tempos não fazia. Sempre chove quando estamos triste, ou ficamos triste porque chove? De toda forma, parece que a melancolia combina com a cidade e tinge as cosias de ainda mais beleza.

Saio para correr, arvores cada vez mais douradas, folhas cada vez mais vermelhas ao chão. Um esquilo negro vem me cumprimentar, quase me toca a mão. Lamento não ter nada para oferecer-lhe. O piso molhado, a grama verde, os cachorros levam seus donos para passear pelo parque.

De volta erm casa, penso no concerto de ontem, nas vozes do coral, na composição de alex e jonsi, no brilho da harpa. O teto da igreja, as lágrimas de compreensão. Os silêncios, entre uma nota e outra. Penso na ópera de hoje. Carmem. Espero ainda conseguir lugares.

Vontade de ficar quentinha. Ler e tomar hot apple cider.
Beijos de chuva e sal

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

White Light Festival

Estou indo ver The Hillard Ensemble, Latvian National Choir, The wordless Orchestra e Sigur Rós cantarem na Church St. Paul the Apostle.

Vai ser lindo.
Estou igualmente linda para a ocasião.
Ops! tenho que correr.

Happy Birthday Daddy!

Resolution

A friend said I came here to throw everything away.
She doesnt know how right she is. 

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domingo, 14 de novembro de 2010

Dificuldades

Eu tenho dificuldade em fazer coisas que são obrigações.
Eu tenho dificuldade em fazer a mesma coisa vários dias.
Ou quase a mesma coisa vários dias.
Eu tenho dificuldade em fazer o que se espera de mim.
Eu tenho dificuldade em dizer o querem ouvir.
Tem dias que simplesmente tenho dificuldade de fazer.
Ontem fiz nada.
E fui muito feliz.

sábado, 13 de novembro de 2010

Restaurantes

Resumo de Sexta:

Saí pra correr, me perdi. Encontrei a NYU. Linda, do lado de casa. Deu até vontade de voltar estudar. Aliás, eu com a mochila nas costas, a pergunta mais frequente é - Você é estudante?

Almoço - Churrasco Japonês. Eles trazem a carne, legumes, etc, fatiados feito sushi, crus pra mesa.  No centro um fogareiro com grelha. Vários molhos. Cada uma grelha o seu. Um misto de Foundee com Sushi. Muito bom. Sugiro reservar.

www.gyu-kaku.com

Do lado tem uma loja, só preciso dizer o nome Mina - Luxury for sale. Vale a pena conferir.

www.minanyc.com

De tarde, uma suposta visita ao MoMA. Quem gosta de arte, de verdade, fica a dica: NUNCA VÁ AO MUSEU EM DIA DE ENTRADA GRÁTIS.

De repente a Demoiselles D'Avignon na parede e 50 pessoas falando linguas diferentes entre você e o quadro. Não dá. Melhor não ir, ou ir em dia pagante.


Jantar Thai vegetariano com a Gloria. Delicioso.

Pukk - 1st Ave. entre 4th e 5th Street. 212.253.2741

Ambos os restaurantes indicados são em East Villiage. Pelo que percebi, os restaurantes aqui são bons, com preços decentes, e pequenos. Vá cedo, ou reserve.




Ah, depois 3 jarras de Sangria com a Gloria, Richy, sua namorada e Andrew. Com direito a garçonete brasileira com sotaque novaiorquino no português.

Beijos de raspberry

Diálogos com o vento

Se você for embora
Me leve
Se você for passar
A tarde fora
Me leve
Se for tomar
Um chá em Bagdá
Me leve
Se for dançar tango
Em Madagascar

Me leve
Com seu jeito leve
Me preze
Com seu jeito prosa
Me entrosa
Na sua vida de bacana

Me leve
Pra qualquer lugar
Pra onde
O seu bloco passar
Pr'um canto escuro
Desse bar
Me leve

Música Marcela Bellas

Eu, em sábado de sol

Se você for embora
Me leve
Se você for passar
A tarde fora
Me leve
Se for tomar
Um chá em Bagdá
Me leve
Se for dançar tango
Em Madagascar

Me leve
Com seu jeito leve
Me preze
Com seu jeito prosa
Me entrosa
Na sua vida de bacana

Me leve
Pra qualquer lugar
Pra onde
O seu bloco passar
Pr'um canto escuro
Desse bar
Me leve

A perfeição está nos defeitos

Se não houvesse no que reparar, a vida não haveria sentido. O imperfeito compõe as diferenças. 

É a atendente mal humorada na compra mais feliz da sua vida. É a acidez da laranja no seu drink predileto.  É a musica brega no elevador. É um dente faltando no sorriso. É a luz branca iluminando o rosto no momento mais romântico. É o desencontro no reencontro. É o recorte do vento na pedra quebrada. É a calcinha gigante marcando o vestido maravilhoso. É um pêlo fora do lugar, a qualquer hora. Seu, dele, tanto faz. É uma cor perdida entre as pétalas rosa. É a lembrança intocável de alguém que não volta mais... 
Dizem que nada é perfeito. Só porque ainda não se deram conta de que é a singularidade das coisas que contem o belo. 

Devagações em um Guardanapo num Café em East Village 
Quarta-feira, 11 de Dezembro

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Não acredito que ela escreveu isso!

Já aviso, quanto mais tempo eu fico aqui, menos consigo pensar em português.

Claro, poderia escrever no word, passar o corretor, e depois colar no blog. Mas uma coisa é postar notícia, outra é passar o dia todo no computador.

Conto com a compreensão d'ocês.

Beijinhos

Rock n'Rollers of the World - Unite!

Estava muito chateada com a história da mala. Não por perder as coisas, mas por ter deixado de fazer, em parte, o que queria nesses primeiros dias e por ser forçada a fazer outra que detesto - sair às compras.

Não me entendo mal, não vou ser dissimulada a ponto de dizer que não gosto de ter. Mas eu detesto ter a OBRIGAÇÃO de comprar. Eu gosto de estar fazendo outra coisa e - de repente - lá está ele, o objeto desejado. Seja presente, seja pra mim. Esse negócio de aniversário, dia dos pais, natal.... Acabo muitas vezes dando o presente muito antes ou depois. Simplesmente porque não comprei por data nenhuma.

Enfim, voltando. Então ontem, no terceiro dia sem mala, e já desesperada por estar parecendo européia no inverno (ou seja, não troca de roupa nunca) resolvi ir ao Lincoln Center, que na frente tinha uma GAP e Banana Republic em promoção. Mas....

Estava no meu clima viagem, parando nos lugares, tomado tempo para olhar a sombra projetada pela luz do sol e aí veio - Trash and Vaudeville.

Dois andares de puro rock n roll. Sapatos, casacos, ternos, jaquetas, camisas, camisetas, cinta-ligas, corpetes, vestidos, cintos, pulseiras, chapéus, TUDO. Dos anos 70, 80, 90 e além. (Mas vamos combinar, nada de interessante surgiu no vestuário rock depois dos anos 90.) 

O cara que me atendeu, o Jimmy (foto) tá lá desde sempre. Tem jeito de que acabou de sair do show dos Rolling Stones, mas ao mesmo tempo autêntico vendedor: advinhou meu tamanho só de olhar.

Pedi dicas de shows de rock durante a minha temporada. Ele disse - Estou sempre por fora. O Iggy é meu amigo e os clientes sabem que vai ter show muito antes dele me ligar pra tomar café.

Oooooops! Nada mal heim.

Enfim, quem gosta de ter umas peças diferentes no armário sem pagar caro, lá é o lugar. Não deixe de ir nos 2 andares!

Trash and Vaudeville
4 St Mark Place
East Village

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Coisas que só acontecem em NY

A Mandy na fila pra comprar ingressos, eu com fome. Vai comer ela disse, quando eu sair daqui eu te ligo. Ok...

Rua comercial, tive que andar alguns quarteirões até achar um lugar pra comer. The Food Emporium.

Quando eu já estava nos finalmentes, liga a Mandy - Onde você está? Começo a explicar pra chineisinha, mas a comunicação às vezes é difícil. Ela diz, Dani pega o endereço certo que eu me viro.

Moça, pergunto eu ao balcão, qual é o endereço daqui?  - Broadway 2008.

Tava tomando capuccino na Broadway e nem sabia!

...

Metropolitan Opera




Cenário da conversa chorosa entre Jude Law e Julia Roberts no filme Closer, pude ver ontem de perto a suntuosidade dos candelabros Swarovski

A casa apresenta ópera TODA NOITE. E procurem saber sobre Rush Tickets. São lugares bons que sobram poucas horas antes de começar o espetáculo e eles vendem pela pechinha de US$ 20,00 (O preço original é 150,00).

Ontem fui ver Cosi Fan Tutte do Mozart na qual ele comprova, de maneira bastante questionável, a incapacidade da Mulher de ser fiel.

Não que eu ache o gênero feminino particularmente fiel, mas tampouco o masculino o é. Não existe monogamia no reino animal. E nem venha com histórias de passarinhos e lobos, porque a análise do DNA tem comprovado que os filhotes muitas vezes resultam de relações extra-conjugais. Em outras palavras, até os passarinhos pulam a cerca, ou melhor, o ninho.

Enfim, talvez por tudo isso tenha sido a Metropolitan Opera o melhor cenário da discussão de Closer.

Pai, você ia adorar ver as trocas de cenário. São fenomenais.

Por fim, quando você desce da estação 66th St. você pode ir ao Lincoln Center assistir a uma sessão de cinema de filmes selecionados, ir à Metropolitan Opera, à New York Opera e Theatre, ao melhor Conservatório de Música de NY e uma ENORME Biblioteca Pública de Artes Performáticas (Música teatro dança). Ô lá em casa...

Garantido, vou passar um dia inteiro lá.

Beijos e inté o próximo post.



Fashion Institute of Technology

Enormes prédios de concreto. Skatistas fazendo manobras na calçada principal. Jovens de todas as cores. Essa é a FIT, uma das escolas de moda mais respeitadas de NY.  E por incrível que pareça, não é cara para o aluno americano.

A minha Anfitriã, Mandy, é aluna ouvinte por meio de um convênio do Governo de Hong Kong com os EUA. Ela é Figurinista, principalmente de opera e dança.

Fui encontrá-la e aproveitamos para ver 2 exposições que estão no Museu FIT. Roupas ecológicas e moda japonesa.

Dá pra ter um gostinho aqui:



Fashionable is being true to yourself. Wear what you are.






Brechó - Vintage Clothes

Achei ontem um Brechó maravilhoso, com roupa separada por data, desde 1920. Tem uma saída de metrô do lado. Obviamente, não é muito barato.

The Family Jewel
130 W 23rd Street
Manhattan

Depois dá um pulinho na FIT, é no quarteirão do lado.

They have clothes classified by decades, starting from the twenties.

While your at it walk a block down and visit FIT - Fashion Institute of Tecnology.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um esquilo!

À beira da janela, por fora, uma escada de incêndio sobe o prédio de tijolinhos.

À beira da janela, por dentro, mãos escrevem indignadas sob breves feixos de sol.

De repente,
Um esquilo sobe apressado as linhas de ferro.

Realmente, nada do que dizem importar, importa de fato.

Vamos ao ferro e ao sol.
Bom dia.

Dicas de Viagem

  • Identifique sua mala bem. Coloque fitas amarelas, sinos de gado, seu nome em caixa alta.
  • Antes de viajar, olhe pelo google exatamente onde você vai ficar. Te garanto, ajuda muito a não ser enrolada por taxi ou a pegar o metrô.
  • Leve na mala de mão pelo menos uma troca de roupa intima e aquilo que você considera imprescindível para viver. Você NUNCA sabe o que vai acontecer com a bagagem despachada.
  • Se você for ficar mais tempo, procure saber de cartões de metrô, chips de telefone, alugéis etc. Qualquer coisa por diária, é mais cara.
  • Não perca o humor. O dia deles vai chegar.
Beijos de vento e sol

Chegada

Muito frio, cinza e chuvendo.
Ou seja, lindo.
Pelas calçadas prédios de tijolinhos e pessoas ímpares cantarolando enquanto passam.
Cheiro de café, de curi, de trânsito.
Nova Iorque.
New Iorque.
New York.

Dont fly American Airlines

Segundo dia sem roupa, sem casaco nesse vento frio cortante, sem sapato para caminhar pela cidade.

Você liga no atendimento, não tem previsão de quando a sua mala vai chegar. E eles ainda acham ruim quando você pede para aumentar o limite de crédito para posterior reembolso, quando você pede pra comprar um sapato para conseguir sair de casa!

Não tem nenhuma previsão de indenização pelo simples transtorno de você estar em outro lugar, em outro país, com outra cotação de moeda (vamos combinar!) e tendo que fazer outras coisas que não estavam na sua programação só porque sua mala não chegou.

In short, and in english so the world can understand, dont fly American Airlines.