O barulho do sol, ao se pôr no Pacífico....



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Restless ou Inquietos

Este ensaio é um spoiler. Falo de coisas que entendi com cinco minutos de filme e que ele revela explicitamente três minutos depois. Mas se oito minutos de surpresa são essenciais para você, não vá adiante. Alias, acho que não tem uma sinopse ou trailer que não o diga. A não ser q você é daqueles como eu, que entra na sessão ao acaso... mas se fosse, não estaria aqui, agora.... Enfim!

Existem vários filmes que falam de amor e perda em situação de doenças terminais – doce novembro, outono em nova York, minha vida sem mim... Mas esse tem outra coisa, uma leveza, uma ingenuidade, talvez, que o faça mais profundo, nas pequenas coisas.

Trata-se de dois processos de lutos diferentes. Uma perda inesperada, sem tempo para despedir-se e outra perda iminente, na qual toda a relação é uma despedida. E a dificuldade de conciliar-se com ambas.

Fiquei me perguntando quem é essa menina, o filme todo... é a Alice, claro! Ela faz um trabalho super delicado, uma naturalista darwiniana que encontra conforto na consciência da infinitude e continuidade da existência... existência de que não se sabe exatamente, e não importa.

Ele, Henry Hopper, é novo para nós na telona. Mas faz um par perfeito com a Mia. A ele cabe viver com todos esses lutos. Este viver que às vezes parece mais castigo do que benção.  Cria amigos fantasmas e surtos de agressividade, longes da sua usual quietude.

Ah! Será que vale lembrar que o film é do Gus Van Sant, o mesmo diretor de Milk e Good Will Hunting?

Portanto, quem gosta da beleza nas pequenas coisas, assista. Não há clímax apoteótico nem discursos melodramáticos. Talvez, um inaudível canto de pássaros.




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